O que é brain fog?

Dificuldade de manter o foco no trabalho, confusão mental e esquecimentos são situações podem acontecer com qualquer pessoa, mas também representam sinais de alerta para brain fog ou, em português, névoa cerebral. O termo se refere ao deficit cognitivo identificado principalmente entre pessoas que contraíram a covid-19. Em um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), mais de 50% dos entrevistados apontaram o declínio da memória após a infecção pelo coronavírus. Continue a leitura e compreenda:

Quais são os sintomas de brain fog?

Os sintomas de brain fog estão relacionados à cognição, ou seja, a capacidade do cérebro de processar informações, manter a atenção, o raciocínio e a memória. Por isso, afetam o cotidiano das pessoas no trabalho, estudos, em casa e no desempenho de outras atividades, causando:

  • Esquecimento;
  • Irritação;
  • Dor de cabeça;
  • Problemas com o sono;
  • Dificuldade de concentração;
  • Alteração no humor;
  • Leve depressão.

É importante passar por uma avaliação médica pois episódios isolados dos sintomas citados não caracterizam o brain fog. Além disso, somente um profissional de saúde tem condições de fazer o diagnóstico correto.

O que pode causar o brain fog?

As causas de brain fog ou névoa cerebral podem estar relacionadas à covid-19, pois existem estudos que associam os sintomas ao período pós infecção. Outros fatores comuns podem ser:

Estresse – quando o organismo está sob estresse crônico, o fluxo sanguíneo do cérebro diminui e isso altera seu funcionamento correto, provocando perda de memória, confusão mental, entre outros outras características de brain fog.

Alimentação desequilibrada – a falta de vitaminas (sobretudo a vitamina B12), minerais antioxidantes e aminoácidos essenciais para manter as funções cerebrais, presentes em alimentos como frutas e legumes, também contribui para a névoa cerebral.

Mudanças hormonais – o aumento da progesterona e estrogênio durante a gravidez, assim como a queda do estrogênio durante a menopausa, podem causar esquecimento e falta de concentração temporários.

Medicamentos – brain fog pode acontecer como efeito colateral de determinados tratamentos, como a quimioterapia, por exemplo.

Doenças autoimunes – como lúpus, fibromialgia e esclerose múltipla.

Sono insuficiente – o ideal é que uma pessoa durma por volta de oito horas por dia. Uma qualidade ruim de sono afeta o bom funcionamento do cérebro, prejudicando a concentração e o raciocínio.

Qual é a relação entre brain fog e a pandemia de covid-19?

A disseminação do coronavírus contribuiu para o aumento de problemas emocionais, como o estresse, que é um dos principais fatores para o brain fog. Além disso, sintomas da névoa cerebral têm sido relatados, especialmente, pelas pessoas que tiveram a covid-19.

Um estudo de pesquisadores da USP, realizado com 425 adultos, em 2022, indicou alta prevalência de problemas cognitivos em pessoas infectadas pelo coronavírus, entre seis e até nove meses depois do diagnóstico de covid-19. A relação entre a infecção e a névoa cerebral seria o aumento de citocina, que são proteínas inflamatórias. Elas acabam caindo na corrente sanguínea, em grande quantidade, para ajudar a combater o coronavírus. No entanto, podem causar um estado inflamatório no organismo e, assim, contribuir para os sintomas de brain fog.

O que pode ajudar a melhorar os sintomas de brain fog?

A redução dos sintomas depende das causas da névoa cerebral. Mas, os comportamentos abaixo podem a ajudar:

  • Inserir a atividade física na rotina contribui, por exemplo, para melhorar o humor, combater a insônia e aumentar a disposição, ajudando a aliviar o brain fog.
  • Manter o pensamento positivo é como fazer um exercício físico. Exige disciplina, mas compensa, já que ajuda a melhorar o humor e, por consequência, alivia o estresse – uma das principais causas da névoa cerebral.
  • Dormir ao menos de sete a oito horas por dia é importante para o bom funcionamento do cérebro. Enquanto o corpo repousa, o sistema cerebral processa as informações recebidas durante o dia, o que é fundamental para evitar o brain fog.
  • Evitar o consumo de álcool e o tabagismo, pois intoxicam o organismo, contribuindo para os sintomas da névoa cerebral. Em médio e longo prazo o alcoolismo pode afetar a memória, por exemplo.

Existem boas práticas para evitar brain fog?

Para evitar o brain fog é fundamental cuidar da saúde como um todo. Isso significa manter uma rotina saudável de alimentação, prática de exercícios, assim como atividades ligadas ao bem-estar emocional. Buscar ajuda de um terapeuta pode ser essencial não só para lidar com os sintomas, mas evitar a névoa cerebral.

Outras boas práticas que ajudam a diminuir as chances de ter brain fog estão:

Socialização – a conexão com as pessoas contribui para a cognição cerebral, assim como a atividade física, pois provoca estímulos positivos. Portanto, vale manter o contato frequente com a família e os amigos, buscando atividades divertidas para praticarem em conjunto.

Aprender algo novo – favorece a cognição cerebral. Funciona como a prática de exercício físico, mas ao invés de músculos, o foco está nas habilidades do cérebro em manter, por exemplo, a atenção e o foco. Nesse sentido vale buscar atividades como aprender um idioma ou prática esportiva. O importante é que seja algo prazeroso.

Cultive a autocompaixão – se perdoar por um esquecimento, diminuir o ritmo de trabalho ou investir na terapia também são formas eficientes de manter a saúde mental.

Referências